Veja abaixo as Bancas de Exame de Qualificação e de Defesa de Tese de Doutorado e de Dissertação de Mestrado de discentes do CPDA/UFRRJ agendadas até o momento (em ordem cronológica).
BANCA DE DEFESA DE DOUTORADO
JAY MARINUS NALINI VAN AMSTEL
Controvérsias entre produção agrícola e meio ambiente: a coprodução entre ciência e política na formulação e implementação do Novo Código Florestal
Defesa: 26/02/2024
Horário: 14h30
Local: CPDA (Av. Presidente Vargas, 417 – 6º andar – Centro, Rio de Janeiro)
Banca: Maria José Carneiro (Orientadora / CPDA/UFRRJ), Claudia Job Schmitt (CPDA/UFRRJ), Marko Synesio Alves Monteiro (Unicamp), Catia Grisa (UFRGS) e Claire Lamine.
Resumo: Mesmo com os grandes avanços nos ganhos de produção e produtividade agrícola, há uma grande preocupação em como alimentar uma população de 9 bilhões em 2050. Longe de acabar com o problema da fome, como outrora proclamado pela Revolução Verde, o mundo presencia novamente um aumento repentino da subalimentação. Às questões distributivas, somam-se os efeitos cumulativos das mudanças climáticas, gerando assim, um cenário complexo e de incertezas. Formular transições para sistemas agrícolas sustentáveis é um desafio científico, político e social da atualidade. Busca-se identificar e compreender os princípios de verdade que são mobilizados como aspectos centrais (em detrimento de outros) para compor a base epistêmica da produção científica nesta interface entre os campos da agricultura e da conservação ambiental. Através da cartografia das controvérsias são mapeados os diferentes posicionamentos entre pesquisadores sobre a reformulação e implementação do NCF. Com base na abordagem da coprodução visa-se analisar as relações entre os conhecimentos tecnocientíficos e a demanda política e sociocultural por adequação ambiental. Ao explorar esta interface entre ciência e política, busca-se identificar quais são as diferentes visões de sustentabilidade mobilizadas pelos atores (pesquisadores e suas redes) e como elas se traduzem em propostas para gestão territorial que visam influenciar a tomada de decisão. Para cumprir tais objetivos, a pesquisa realizou uma revisão sistemática sobre a produção tecnocientífica da Embrapa relativa ao NCF. Ainda pretende-se agregar a pesquisa um levantamento em sítios eletrônicos, as percepções de atores que participam ativamente deste debate, assim como correlacionar os processos ligados ao contexto atual de desmonte, flexibilização e reorientação das políticas ambientais no Brasil.
Palavras-chave: Código Florestal, agricultura, sustentabilidade, coprodução ciência-política.
BANCA DE DEFESA DE DOUTORADO
LIZA UEMA
“O futuro chega sempre antes nos campos do cerrado”: construção da hegemonia e estratégias discursivas do bloco dos baiúchos – uma análise política do discurso no Oeste da Bahia (2008-2022)
Defesa: 04/03/2024
Horário: 14h
Local: CPDA (Av. Presidente Vargas, 417 – 6º andar – Centro, Rio de Janeiro)
Banca: Jorge O. Romano (Orientador / CPDA/UFRRJ), Karina Kato (CPDA/UFRRJ), Regina Bruno (CPDA/UFRRJ), Diana Aguiar Orrico Santos (UFBA) e Júlia Adão Bernardes (UFRJ).
Resumo: Com o aporte da abordagem da Teoria do Discurso de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, esta tese propõe analisar a articulação das estratégias discursivas do bloco dos “Baiúchos” (a aliança entre o Estado e atores do agronegócio baianos + gaúchos) no Oeste da Bahia, para a construção de sua hegemonia, no período entre 2008 e 2022. Sendo um lugar rico em águas cristalinas, nascentes, veredas e cachoeiras exuberantes, os vales do Cerrado baiano historicamente foram ocupados por comunidades que (r)existem para manter o sistema tradicional da extração de frutas nativas e da “solta” do gado nas extensas áreas de uso comum: os Gerais. O avanço da modernização da agricultura na região, a partir do final da década de 1970, deu início a uma profunda reconfiguração agrária, social, cultural e ambiental. Contudo, é no século XXI que os Gerais e sua população passam a experimentar com mais intensidade um avassalador processo de desterritorialização, racismo e degradação socioambiental, como expulsões, ameaças, violências, grilagens, morte de nascentes, diminuição das águas dos rios e contaminações por agrotóxicos, com a substancial legalização do desmatamento e da retirada das águas para a ampliação da fronteira agrícola do Matopiba. Considerando que esse processo não ocorreu sem a reação das populações impactadas, essas transformações vêm sendo acompanhadas da intensificação de conflitos, em que a água passa cada vez mais a se configurar como elemento central, já que é este o recurso natural que permite multiplicar o lucro do agronegócio, por meio dos pivôs de irrigação. Assim, a tese se divide em capítulos que se enveredam, inicialmente, pelo diálogo entre os aportes teóricos sobre os quais estão estruturadas as análises, para depois percorrer um extenso enredo, que parte desde a conformação do bloco histórico e atravessa uma narrativa das estratégias discursivas empregadas para o atendimento de suas demandas, marcadas por três momentos. No primeiro momento (2008 a 2012), as estratégias estão articuladas em torno da demanda pela flexibilização da legislação ambiental, consubstanciada na aprovação do Novo Código Florestal Brasileiro de 2012. No segundo (2012 a 2017), transitamos pelo período marcado pela criação do Matopiba, o golpe de 2016 e a crescente apropriação das águas da região, que acabam culminando no levante dos ribeirinhos, no município de Correntina, em novembro de 2017. O terceiro momento é delimitado pela rearticulação do discurso político do bloco dos baiúchos pós-conflito, em que se observa a intensificação da investida de suas estratégias discursivas num contexto de disputa hegemônica, de novembro de 2017 até a eleição de Jair Bolsonaro, em 2018. Por fim, no quarto período, examinamos como as estratégias discursivas do bloco dos baiúchos são rearticuladas no decorrer dos quatro anos de governo do ex-presidente (2019-2022). Para realizar a análise dos discursos em tela, a pesquisa se assentou no modelo metodológico da análise dos marcos interpretativos. Os achados do estudo apontam para a conclusão de que as estratégias discursivas articuladas pelo bloco dos baiúchos confirmam a sua capacidade de se tornar hegemônico na medida em que consegue fixar significações sociais em torno dos pontos nodais da “preservação ambiental” e da “sustentabilidade hídrica”, logrando êxito em articular as suas demandas à construção de sua imagem como “quem mais conserva o meio ambiente”, principalmente por meio da intensificação das estratégias de intervenções educativas em comunidades ribeirinhas e da sua capacidade de flexibilizar o aparato legal e políticas públicas para a obtenção de autorizações de desmatamento e outorgas para uso das águas.
Palavras-chave: Teoria do Discurso, Estratégias discursivas, Hegemonia, Bloco de poder, Agronegócio, Água, Cerrado, Oeste da Bahia, Matopiba, Racismo ambiental.
Postado em 29/11/2023 - 14:08 - Atualizado em 06/02/2024 - 14:57
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