Reitor da UFRRJ comenta projetos para a nova Administração Central

O professor Roberto de Souza Rodrigues apresenta-se à comunidade universitária em seu primeiro dia de trabalho na Reitoria da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. A assinatura do termo de posse aconteceu nesta terça-feira (13) em Brasília.

Assista ao vídeo para conhecer a trajetória do professor Rodrigues na UFRRJ e leia a entrevista a seguir.

Entrevista do reitor Roberto Rodrigues (RR) à Coordenadoria de Comunicação Social (CCS):

CCS: Quais as principais metas e projetos da Administração Central para o quadriênio 2021-2025?

Roberto Rodrigues: O principal projeto nesse momento é deixar a Universidade preparada para a retomada das atividades presenciais e semipresenciais. Estamos criando um grupo para gerenciar essas questões emergenciais. Outro projeto urgente é o recredenciamento da UFRRJ junto ao MEC, que precisa ser realizado agora, a partir do trabalho de várias pró-reitorias.

Com a expectativa de que a vacina surta o efeito esperado e a gente possa retomar as atividades presenciais, o projeto em médio prazo é dar continuidade à modernização da Universidade, tanto na parte administrativa quanto na parte acadêmica; e dar continuidade à ampliação das salas de aula e conclusão dos projetos de obras já estabelecidos ainda no Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Também vamos prosseguir com projetos de ampliação de espaços no câmpus Nova Iguaçu e a conclusão da obra do Hospital Veterinário. Quanto à parte acadêmica, há projetos para melhorar os indicadores e aumentar nossa participação com o ensino online, por exemplo. As pró-reitorias acadêmicas estão trabalhando com esforços conjuntos nesse sentido.

Neste momento, a Administração Central está construindo o planejamento estratégico para quatro anos, com base no nosso programa aprovado pela comunidade nas consulta pública para a Reitoria.

CCS: Diante da conjuntura adversa às universidades públicas, como a Reitoria se posicionará nos debates referentes aos ataques à democracia, à ciência e aos serviço público?

RR: A Reitoria vai sempre defender a universidade pública, gratuita e de qualidade, a democracia e a ciência, que é o ponto principal para a geração de desenvolvimento de um país.  Além disso, teremos um posicionamento muito forte sobre a proposta de reforma administrativa. Nós somos a favor de uma reforma que dê poder, seja de tomada de decisão, de responsabilidade na sua tomada de decisão, na execução do orçamento, da contratação de empresas, e na execução do próprio orçamento. Então, vai ser uma defesa nessa linha e em sintonia com a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

CCS: E sobre a conjuntura e cortes orçamentários, há alternativas para apoiar os investimentos, a finalização de obras como o Restaurante Universitário de Seropédica e os prédios de aulas práticas, por exemplo?

RR: O Restaurante Universitário e várias outras obras em andamento (Hospital Veterinário, Hotel Escola, laboratórios do Prédio de Aulas Práticas, Restaurante Universitário e a obra do Pavilhão Central de Seropédica) já foram contratadas e o recurso empenhado. Essas obras não estão sendo afetadas pelo corte orçamentário deste ano e estão garantidas porque a gente conseguiu o recurso em anos anteriores e empenhamos. O problema nesse momento para estes e outros projetos de médio prazo é o pagamento das notas geradas por estes fornecedores. Com a não aprovação da LOA 2021, o fluxo de recurso financeiro enviado pelo Ministério da Economia para pagar as notas está abaixo do valor real. Isso implica em atrasos e piora na relação entre a Rural e seus fornecedores. Além disso, nesta pandemia qualquer ação presencial precisa ser feita com todo o cuidado de proteção sanitária, o que afeta o ritmo da execução dos serviços.

Quanto ao orçamento de 2021, o cenário é muito grave para as universidades federais e toda a autarquia federal. Nós estamos sentindo cada vez mais a medida que impôs o teto de gastos.  Quanto mais os anos passam, mais os orçamentos das autarquias federais serão sufocados. Precisamos nos posicionar como instituição, como cidadãos e como servidores públicos. A emenda constitucional dos gastos tem que ser banida, pois não tem como o Brasil se desenvolver. Não tem como o país crescer, ter uma política de educação gratuita, desenvolvimento na ciência, ter uma política de saúde, se a gente continuar com essa lei constitucional do teto de gastos. Isso está refletindo claramente na Lei Orçamentária deste ano, em que já há um corte de 20%, que foi encaminhado na LOA (que falta ser sancionada pelo presidente). Além do corte de 20%, já existe na lei que está sendo encaminhada um contingenciamento. Tudo isso estrangula nosso orçamento e de todas as Instituições Federais  de Ensino do país, e não conseguimos chegar ate o fim do ano. É fundamental que a Universidade — junto com a Andifes e outras entidades — se posicione cada vez mais contra a lei constitucional do teto dos gastos até que o país entenda que essa emenda constitucional prejudica todos nós.

CCS: Para esclarecer a comunidade, o fato de o senhor não ter sido o primeiro da lista tríplice enviada ao MEC implicará algum problema na condução dos trabalhos da Reitoria?

RR: É tradicional dentro da UFRRJ que a lista tríplice seja composta pelo grupo vencedor na consulta pública à comunidade, eleição organizada pelas associações dos servidores, técnicos e estudantes. A escolha é referendada pelo Conselho Universitário que envia a lista para o Ministério da Educação. A expectativa sempre foi escolha do primeiro da lista como reitor da Universidade. E esta foi a primeira vez que não ocorreu a nomeação do primeiro da lista. O meu nome era o terceiro da lista tríplice enviada ao MEC. Pensei em renunciar, para que a vontade da Universidade fosse respeitada quanto ao reitor eleito. O ponto é que nesse momento de atos desrespeitosos à democracia e ações intervencionistas do governo federal, o grupo eleito nas urnas da Rural avaliou que o melhor seria assumir a indicação feita pelo Presidente da República, em favor do programa da chapa e do projeto eleito nas urnas. Foi o que fizemos e o que estamos fazendo. O vice-reitor será o professor César da Ros, todos os pró-reitores que se candidataram serão empossados e o reitor eleito, professor Ricardo Berbara, vai assessorar a Reitoria.

Postado em 14/04/2021 - 12:28 - Atualizado em 16/04/2021 - 12:35

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