História e estrutura do Instituto de Ciências Exatas (ICE/UFRRJ)

A história do ICE/UFRRJ começou há mais de 60 anos, ainda em meio à Guerra Fria.

A trajetória de criação do Instituto de Ciências Exatas da UFRRJ se confunde com a própria trajetória dos avanços tecnológicos ocorridos em todo o mundo, em pleno período da Guerra Fria, entre 1947 e 1991, momento em que houve a corrida armamentista e desenvolvimentista dos Estados Unidos e da antiga União Soviética.

Naquela época, diversos cursos na área de Ciências Exatas foram criados nas maiores universidades do mundo, e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) foi uma dessas instituições.

Em agosto de 1970, o Conselho Universitário da UFRRJ aprovou a indicação do professor Roberto Alvahydo e de outros docentes para promoverem a implantação do Instituto de Matemática, Física e Química da Universidade. Assim, em 1971, é criado o Departamento de Física (antes vinculado ao Departamento de Química) do até então Instituto de Matemática, Física e Química da UFRRJ.

Em 1980, com a aprovação do regimento das Unidades Universitárias da UFRRJ, o nome do Instituto de Matemática, Física e Química foi então alterado para Instituto de Ciências Exatas – ICE, composto, naquele momento, por três departamentos: o de Física, o de Química e o de Matemática e Estatística.

O prédio em que ficava o Instituto ainda era vinculado ao Departamento de Química. Em 2018, o Consu aprova então a criação do Instituto de Química, que se desvinculou do ICE. O Departamento de Química contava com os setores de química orgânica, analítica e geral, vertentes com tantos conteúdos que poderiam ser transformados em departamentos próprios, por isso havia a urgência em se destacar do ICE e ter o seu próprio instituto.

Depois da criação do Departamento de Sistemas de Informação, o ICE ficou com três departamentos e o curso de Química também, isso resultou em um consenso entre os departamentos que fazem parte do ICE sobre o curso de química ter um instituto próprio.

Posteriormente, com as mudanças nas formas de ensino, pesquisa e extensão, surgiu a necessidade de mais espaço para as demandas do ICE. Por isso, em 2021, o Instituto foi alocado no prédio da antiga Biblioteca da UFRRJ, que fica entre o Pavilhão Central (P1) e a atual Biblioteca da Universidade.

Inicialmente, o lugar estava destinado às secretarias e aos gabinetes dos docentes, no entanto, as demandas dos diretores do ICE foram atendidas para a ampliação do espaço visando a maior colaboração com o público interno e externo da UFRRJ.

O atual prédio do ICE é composto por três andares, mas apenas o segundo andar está com ocupação total. Robson Mariano, diretor do ICE, relata já ter planos estruturados para a ocupação dos 1º e 3º andares do prédio. O diretor informa que o primeiro andar está destinado a um polo de desenvolvimento tecnológico da Universidade, e que todos os trâmites legais já foram feitos para a ampliação do ambiente. O terceiro andar do prédio está reservado para os futuros gabinetes de professores, diretores e coordenadores dos cursos ligados ao departamento.

Frente da antiga biblioteca, agora, local onde localiza-se o ICE/UFRRJ.

Atualmente, o Instituto de Ciências Exatas oferece três cursos de graduação: Matemática, Física e Sistemas de Informação (SI). Em Matemática, existem três modalidades: licenciatura, matemática aplicada comunicacional e bacharelado. O curso de Física conta com licenciatura e bacharelado. Enquanto o curso de Sistemas de Informação conta com a modalidade bacharelado.

Além disso, o ICE possui quatro ambientes acadêmicos. São dois pavilhões de aulas práticas (PAP) para o curso de Física, com ambientes adaptados para o ensino na área experimental. Também há uma área do PAP compartilhada com o curso de Comunicação Social – Jornalismo, onde o curso de Sistemas de Informação está alocado, e o Pitágoras, que atende hoje a 1.500 alunos por dia no horário da manhã, tarde e noite.

No segundo andar do ICE está localizada a secretaria unificada – as secretarias de ensino de graduação e pós-graduação foram unificadas para agilizar e facilitar o atendimento no local. O prédio dispõe de duas salas grandes que são destinadas a aulas de monitorias, tutorias do programa PET de matemática, e ainda conta com um local de estudos reservado, com livros doados por professores.

O diretor do Instituto conta que a maior parte dos itens encontrados no local foram reutilizados, como ventiladores, cadeiras, mesas e cortinas. Tudo para fornecer o espaço adequado para seus alunos.

Uma das duas grandes salas de aula utilizadas pelo Instituto, destinadas a aulas de monitorias, atividades do PET e local de estudo pelos alunos.

Ensino

Em 2023, foram ofertadas 183 turmas pelos Departamentos de Matemática, Física e Sistemas de Informação, o que resulta no total de 5.562 alunos atendidos pelo ICE. No ensino de graduação em Matemática, há 146 alunos matriculados em licenciatura, 13 em bacharelado e 48 em matemática aplicada, o que totaliza 207 alunos de Matemática. Em Física, são 146 alunos matriculados na licenciatura e 13 em bacharelado, somando 154 alunos. Já em Sistemas de Informação, são 171 alunos na graduação. Em relação aos professores, o Instituto conta com 80 deles, sendo que 78 possuem doutorado e 2 com mestrado.

Os maiores destaques quando se fala em ensino no Instituto de Ciências Exatas são o Programa de Residência Pedagógica e o Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). O projeto está relacionado à formação de professores que se desenvolvem nas escolas públicas com o apoio da Secretaria Estadual de Educação (SEEDUC) e do Ministério da Educação (MEC).

A chegada da residência pedagógica no Instituto faz parte de uma ação direta do MEC para a atualização do PIBID, com a finalidade de tornar o estágio dos alunos de licenciatura mais efetivo. Os residentes atuam diretamente nas escolas estaduais da Baixada Fluminense e em parte das escolas da Zona Oeste do estado do Rio de Janeiro. O ambiente escolar fornece toda a estrutura para o bolsista aprender como dar aula e o professor universitário fica como orientador desse aluno, corrigindo, acompanhando e orientando os seus passos. O projeto é conhecido também por aproximar a Universidade das escolas do entorno, promovendo a colaboração em projetos de ensino e extensão que acabam por não ficar restritos somente ao ambiente universitário.

Já a residência pedagógica teve início em 2018, e fornece uma experiência prévia para o aluno de licenciatura do que é, de fato, ser um professor. O aluno vai ministrar aulas, promover o ensino através de tecnologias aprendidas na Universidade e preparar materiais diversos para o ensino. O projeto pode ser aplicado a todos os alunos que já podem participar do estágio obrigatório do seu respectivo curso de licenciatura do Instituto. Em 2023, o curso de Matemática tem 87 alunos bolsistas divididos entre o PET e meio ambiente, PIBID e residência pedagógica.

O PIBID e a residência pedagógica se complementam na formação do aluno de exatas da UFRRJ. Isso porque, já no início de sua graduação, o discente tem a oportunidade de concorrer para uma bolsa do PIBID e, quando chega o período de estágio, esse mesmo aluno vai poder optar por fazer o estágio nos moldes da residência pedagógica. Modelo que fornece total imersão do futuro professor nas escolas do entorno e estabelece a vivência do estudante com o que é de fato estar na escola para ensinar Matemática e Física do início até o final da graduação.

Entre os destaques desenvolvidos pela residência pedagógica está a criação de um jogo de RPG (role-playing game) por um dos bolsistas direcionado a um estudante com autismo, que tem hiperfoco em assuntos relacionados a animes e jogos. Além disso, o projeto conta com o canal ‘’Residência Pedagógica’’ no YouTube para o complemento do ensino de matemática para os alunos das escolas do entorno.

‘’Esses programas são determinantes na permanência de nossos alunos na universidade. Muitas vezes o aluno está se encontrando no curso que ele está fazendo, e aí ele enxerga em um projeto desses a oportunidade de se desenvolver, aprender e ter o contato mais de perto com a prática do curso’’, afirma Maurício Cougo, vice-diretor do ICE.

O curso de Sistemas de Informação tem grande impacto do PET, atuando também na área de ensino. Um dos destaques do departamento nessa área é o Libras TI, um glossário feito com o objetivo de promover a inclusão de surdos no campo tecnológico através da popularização e difusão de termos de TI em libras (linguagem brasileira de sinais). O projeto foi feito em parceria com o Instituto Federal de Santa Catarina, câmpus de Chapecó.

Com a criação de diversos aplicativos educacionais, o PET de SI promove a união entre ensino, pesquisa e extensão.

O PET-SI também criou o REC libras, feito para inserir, gradualmente, a população surda na área científica por meio da difusão de termos científicos validados pela comunidade em libras. O projeto ganhou até um selo de projeto apoiado da Sociedade Brasileira de Computação (SBC).

Pesquisa

No ensino de pós-graduação, o ICE oferece os seguintes cursos: o Programa de Pós-Graduação em Modelagem Matemática e Computacional (PPGMMC), o Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (Profmat) e uma especialização em Estatística Aplicada através do Programa de Pós-graduação em Estatística Aplicada.

O ICE conta também com diversas linhas de pesquisas em seus três departamentos. Cabe destacar as pesquisas de instrumentação científica para o ensino e de condutividade aplicada, ambas, do curso de Física.

A instrumentação científica para o ensino desenvolve equipamentos novos para o desenvolvimento tecnológico e da educação. Já a pesquisa sobre condutividade aplicada atua em duas vertentes: a primeira foi a criação do primeiro limitador de corrente supercondutor trifásico de alta temperatura crítica do Brasil. É um dispositivo que impede que o dano causado por surtos de energia se propague. Funciona como um atenuador de sinal. Esse projeto foi feito em parceria com a termelétrica UTE Barbosa Lima Sobrinho, de Seropédica, para proteção do gerador de emergência de uma das turbinas da empresa.

A outra vertente é o estudo sobre supercabo, que foi criado para atender à chamada pública do Projeto Estratégico Nacional, chamada 006/2008, republicação 2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Foi desse programa que surgiu a expansão do Laboratório de Materiais e Dispositivos Supercondutores (LMDS). O ambiente científico é largamente utilizado pela Universidade, principalmente por ter essas duas especialidades: a produção de materiais e a pesquisa focada em super condutores.

A pesquisa sobre supercabo do LMDS já ficou em segundo colocado em um Congresso Ibero-Americano do Conselho Internacional de Grandes Sistemas Elétricos (CIGRÉ).

O LMDS tem 15 anos de atividades e estava alocado na sala 87-B do Pavilhão Central (P1). Após a expansão, em 2014, o laboratório migrou para uma edificação dedicada ao lado da antiga imprensa universitária da UFRRJ. O lugar é voltado para a pesquisa do curso de Física e tem capacidade de produção local de nitrogênio líquido (N2L). A preparação de uma subestação específica para o laboratório já está finalizada e pode tornar a Universidade autossuficiente com esse trabalho.

O projeto, que fica dentro da oficina metal-mecânica do LMDS, ainda precisa de pequenos ajustes para a sua implementação e regularização, mas a maior parte foi finalizada. Com todos os ajustes feitos, a produção pode chegar a 200 litros por dia e 1000 litros de segunda a sexta-feira. O uso do N2L ficará à disposição de toda a comunidade da UFRRJ que precisar do componente para alguma tarefa.

Uma das máquinas que trabalharam na criação do projeto de supercabo, presente na oficina metal-mecânica dentro do LMDS.

Durante esses anos, outras pesquisas se destacaram para a história do LMDS. Uma delas é a parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o aprimoramento do milho com o objetivo de produzir lanches de baixo custo com alto valor proteico.

Outro destaque foi a identificação, pela primeira vez no Brasil, de caxemira em cabras brasileiras, um projeto em parceria com o Instituto de Zootecnia da UFRRJ. Os pesquisadores começaram os estudos a partir da pelagem dupla em cabras brasileiras. As pelagens são compostas por duas fibras, a primeira por pelagem grossa e a segunda de fibra fina. O objetivo da pesquisa foi caracterizar e verificar se as fibras finas atendem aos padrões da caxemira (uma das lãs mais luxuosas e caras do mundo). As primeiras amostras foram coletadas em cabras de espécie Saanen, Alpina e Crossbreed. A análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV), no Laboratório de Materiais e Dispositivos Supercondutores (LMDS-UFRRJ) e também no Laboratório de Microscopia Eletrônica da Universidade Estadual Paulista (LME-IQ-UNESP), revelou que as espécies analisadas apresentavam fibras finas com diâmetro médio de 10,63 micrômetros e coeficiente de variação de 17,39%, o que está dentro da faixa de diâmetro para ser considerada caxemira. A fibra fina tinha escala de 7,57/100 micrômetros e espessura de cerca de 383 nanômetros.

A partir das características físicas e morfológicas das fibras encontradas, os pesquisadores concluíram que as cabras nascidas e criadas no Brasil produzem fibras de caxemira de alta qualidade.

O laboratório tem alto caráter interdisciplinar, por envolver grande parte dos cursos da UFRRJ em pesquisas, ensino e extensão. Devido a essa característica, o ambiente já abrigou a realização de um pós-doutorado, três teses de doutorado, seis dissertações de mestrado, dez monografias de conclusão de curso, 14 projetos de iniciação científica, quatro projetos de pesquisa, duas teses de doutorado, uma monografia de conclusão de curso e um projeto de pesquisa.

Atualmente, o LMDS está desenvolvendo um equipamento, inédito no Brasil, que permitirá obter os parâmetros físicos relevantes de materiais isolantes elétricos em alta tensão e em baixa temperatura (-196 °C), o que é fundamental para aprimoramento do uso da tecnologia de supercondutores aplicada em sistemas elétricos de potência. O projeto está sendo conduzido em colaboração com o Laboratório de Ensaios de Alta Tensão (LEAT) da UFMG.

Além desse laboratório, o curso de Física conta com outros cinco, divididos entre os PAPs, em frente ao Instituto de Zootecnia da UFRRJ. São eles: laboratório de mecânica básica, laboratório de acústica e termodinâmica, laboratório de eletricidade e magnetismo, laboratório de óptica e física moderna, laboratório de instrumentação, todos voltados para o ensino.

Os dois PAPs de Física que comportam os laboratórios voltados para o ensino.

A trajetória de criação do Instituto de Ciências Exatas da UFRRJ se confunde com a própria trajetória dos avanços tecnológicos ocorridos em todo o mundo, em pleno período da Guerra Fria, entre 1947 e 1991, momento em que houve a corrida armamentista e desenvolvimentista dos Estados Unidos e da antiga União Soviética.

Naquela época, diversos cursos na área de Ciências Exatas foram criados nas maiores universidades do mundo, e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) foi uma dessas instituições.

Em agosto de 1970, o Conselho Universitário da UFRRJ aprovou a indicação do professor Roberto Alvahydo e de outros docentes para promoverem a implantação do Instituto de Matemática, Física e Química da Universidade. Assim, em 1971, é criado o Departamento de Física (antes vinculado ao Departamento de Química) do até então Instituto de Matemática, Física e Química da UFRRJ.

Em 1980, com a aprovação do regimento das Unidades Universitárias da UFRRJ, o nome do Instituto de Matemática, Física e Química foi então alterado para Instituto de Ciências Exatas – ICE, composto, naquele momento, por três departamentos: o de Física, o de Química e o de Matemática e Estatística.

O prédio em que ficava o Instituto ainda era vinculado ao Departamento de Química. Em 2018, o Consu aprova então a criação do Instituto de Química, que se desvinculou do ICE. O Departamento de Química contava com os setores de química orgânica, analítica e geral, vertentes com tantos conteúdos que poderiam ser transformados em departamentos próprios, por isso havia a urgência em se destacar do ICE e ter o seu próprio instituto.

Depois da criação do Departamento de Sistemas de Informação, o ICE ficou com três departamentos e o curso de Química também, isso resultou em um consenso entre os departamentos que fazem parte do ICE sobre o curso de química ter um instituto próprio.

Posteriormente, com as mudanças nas formas de ensino, pesquisa e extensão, surgiu a necessidade de mais espaço para as demandas do ICE. Por isso, em 2021, o Instituto foi alocado no prédio da antiga Biblioteca da UFRRJ, que fica entre o Pavilhão Central (P1) e a atual Biblioteca da Universidade.

Inicialmente, o lugar estava destinado às secretarias e aos gabinetes dos docentes, no entanto, as demandas dos diretores do ICE foram atendidas para a ampliação do espaço visando a maior colaboração com o público interno e externo da UFRRJ.

O atual prédio do ICE é composto por três andares, mas apenas o segundo andar está com ocupação total. Robson Mariano, diretor do ICE, relata já ter planos estruturados para a ocupação dos 1º e 3º andares do prédio. O diretor informa que o primeiro andar está destinado a um polo de desenvolvimento tecnológico da Universidade, e que todos os trâmites legais já foram feitos para a ampliação do ambiente. O terceiro andar do prédio está reservado para os futuros gabinetes de professores, diretores e coordenadores dos cursos ligados ao departamento.

Interface do portal OpenSoils que recebeu menção honrosa em evento.

Atualmente o Instituto de Ciências Exatas conta com cerca de 17 técnicos, tanto na área de suporte aos laboratórios quanto administrativos. Por isso, a direção reitera a importância que todos os técnicos tiveram e têm com a preservação dos equipamentos disponíveis e manutenção do espaço de trabalho dos departamentos.

Extensão

Um dos principais projetos de extensão do ICE é o de robótica inclusiva voltada para os alunos PCDs, que tem parceria com a ModalEduca, responsável por dar subsídio inicial ao projeto, e a Receita Federal, que doa equipamentos para serem transformados em peças, aparelhos e apetrechos voltados para apoiar o ensino de pessoas com deficiência.

Um desses aparelhos que estão sendo trabalhados, são os mini-computadores feitos tanto para melhorar a interação dos alunos e voluntários com o laboratório de robótica quanto no desenvolvimento dos discentes em torno da Universidade. Essa iniciativa está em fase inicial, mas a pretensão do Instituto é alcançar o maior número de alunos possíveis com esse material reaproveitado.

O intuito do projeto é facilitar o ensino e a aprendizagem dos alunos de Matemática, através da visualização do objeto que está sendo trabalhado de diferentes formas. Dentre as atividades desenvolvidas no laboratório separado para a prática de robótica inclusiva dentro do ICE, está a criação de objetos tridimensionais, com o apoio da impressora 3D do instituto.

O início do projeto se deu pela interação do Lothar Miranda, aluno de Matemática, e o diretor do ICE Robson Mariano, em uma de suas disciplinas como docente de computação. A partir daí, o diretor do Instituto voltou sua atenção para as dificuldades que o aluno Lothar, com deficiência auditiva, enfrentava para aprender Matemática, e buscou a parceria de Alison de Castro, CEO da ModalEduca. Apesar do foco da iniciativa ser para alunos PCDs, qualquer pessoa da Universidade pode participar entrando em contato com o Instituto.

Diretor Robson Mariano, Lothar Miranda e Vitória Oliveira, intérprete do Lothar

Importante destacar o papel do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UFRRJ para as interações mensais ou quinzenais que o discente Lothar tem com o grupo de robótica, no ICE, disponibilizando uma intérprete para acompanhá-lo durante todo o processo. Lothar Miranda tem 22 anos e está no terceiro período de Matemática. Ele afirma que o projeto de robótica foi de suma importância para o desenvolvimento do seu aprendizado na UFRRJ.

Um dos objetivos do início desse projeto junto a Lothar é capacitar e desenvolver as habilidades do discente para que ele esteja apto a fornecer todas as informações aprendidas com o apoio da iniciativa para outros alunos PCDs.

Além disso, o objetivo geral do projeto de robótica é capacitar todos os alunos matriculados para que possam aprender a mexer com as impressoras 3D, fabricar equipamentos tridimensionais que auxiliem pessoas com deficiência e dar mais ferramentas para professores ensinarem Matemática através de objetos materiais.

Robson Mariano dividiu a iniciativa em três vertentes principais: pessoas com deficiência auditiva, deficientes visuais e pessoas com TDAH. Segundo o diretor do ICE, o projeto já está produzindo para os deficientes visuais. Uma das produções é o ensino através de gatilhos sonoros e a inserção de braile nos objetos produzidos pela impressora 3D.

Exemplos de produções do laboratório de robótica do Instituto.

Outro projeto de extensão importante para o ICE e para a comunidade é o Programa de Tutoria (PET), que visa unir pesquisa, ensino e extensão. O Instituto tem um PET para cada curso: PET Física, Matemática e Sistemas de Informação.

O PET mais antigo é o da Física, que começou no ICE em 2006, e trata das novas tecnologias para o ensino e aprendizado da disciplina. Dentre as atividades oferecidas no projeto estão os cursos do Python, que é uma das linguagens de programação mais famosas entre os programadores, destinado à comunidade universitária e ao público externo.

Cursos de LaTeX para os alunos de Física, curso de preparação de currículo lattes e cursos de suporte e apoio de Matemática aos calouros. O PET de Física tem também o projeto ‘’Astronomia de perto’’, atividade de divulgação de conteúdo astronômico para as redes sociais e o YouTube.

“A gente tem um histórico de que 90% dos alunos do PET prosseguiram em pós-graduação e doutorado. Muitos fora do Brasil. A primeira geração nossa tem muita gente que já é professor universitário. Então, no caso da Física, foi um programa muito bom. É algo que a gente tem muito orgulho de estar desenvolvendo’’, afirma Marcelo Neves, tutor do PET de Física.

No ICE acontece o programa de tutoria do PET Matemática e as monitorias de Matemática e Física. Matheus Santos é um dos monitores e diz que dar aulas para o ensino superior é um dos seus sonhos, e o projeto de monitoria tem sido de extrema importância para o seu aperfeiçoamento nessa área. O projeto tem como objetivo atender alunos com dificuldades nas matérias iniciais dentro dos cursos de Exatas.

O PET de Matemática conta com o programa de tutoria que é bem parecido com a monitoria, mas tem diversos outros projetos extensionistas que convergem entre si. O projeto do PET fornece vídeos online e apostilas para os alunos acompanharem as aulas. Muitos desses materiais já estão sendo traduzidos para libras, tendo em vista a demanda do curso de Matemática que tem três alunos com deficiência auditiva.

Aula de tutoria do PET para atender alunos com dificuldades em matemática.

Em 2023, o projeto teve mais de 100 alunos matriculados e acontece todas às terças-feiras, de 13h às 16h. Esse ano, as inscrições foram abertas para todos os cursos que no início da graduação oferecem uma matéria relacionada à matemática.

O PET de Matemática foi criado há dez anos, sendo o segundo a ser lançado depois do programa de Física. O projeto é mais conhecido como PET Matemática e Meio Ambiente por envolver não só o meio físico, mas todo o meio em que nós vivemos, explica Eulina Coutinho, que coordena o projeto junto com a professora Gisela Pinto.

Eulina está à frente do PET desde 2016 e fomenta atividades para o desenvolvimento do processo de ensinar, pensar e fazer matemática. Uma dessas atividades é a pesquisa sobre matemática e diversidades, que já ocorre no CTUR por um grupo do PET e vai ocorrer no prédio  Pythágoras., através de oficinas sobre gêneros e diversos assuntos que a matemática perpassa dentro da sala de aula.

Outras atividades desempenhadas pelo programa são as pesquisas feitas sobre jogos de origem africana, embasadas na etnomatemática, pesquisas na área de música e matemática, desenvolvimento de origamis e muitas outras atividades. O grupo do PET Matemática e Meio Ambiente se reúne no Pitágoras todas as sextas, na parte da manhã.

Gisela Pinto, à esquerda, o grupo do PET matemática e meio ambiente no meio e Eulina Coutinho, à direita.

O PET de Sistemas de Informação (SI) tem 10 anos de existência. O coordenador do projeto, Sérgio Serra, reitera sua preocupação em coordenar o PET de forma colaborativa, envolvendo outras universidades, cursos, partindo do ensino, até a pesquisa e a extensão.

Uma das principais vertentes de desenvolvimento do Departamento de Sistemas de Informação são os jogos que foram criados em parceria com o curso de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para questões educacionais sobre biologia, bioquímica, nutrição e botânica.

Além do grupo do PET-SI participarem da criação do espaço computacional dos games voltados para o público externo, também construíram artigos, livros e trabalhos de conclusão de curso embasados no tema de jogos educacionais e colaborativos. O professor e tutor do PET, Sérgio Serra, afirma que o objetivo da criação desses jogos é impactar nas diferentes formas que os professores poderão dar aulas a partir dessas ferramentas.

Outro projeto de extensão importante do curso de SI é o “Farma Justa’’ que tem como objetivo facilitar a consulta de preços de diferentes medicamentos pela população brasileira. O site permite a comparação de valores de vários remédios e indica o mais barato no mercado.

Um dos destaques do curso é o aplicativo ‘’Restaura Mata Atlântica”, produzido em parceria com a Embrapa, em 2021, que registrou 270 espécies de vegetação nativas da Mata Atlântica. O aplicativo fornece informações que podem ajudar na restauração desse bioma por meio da identificação de espécies com potencial para o uso em projetos de restauração ecológica ou adequação ambiental. O projeto é fruto de uma Hackathon, maratona de programação onde é discutido novas ideias dentro do ramo tecnológico, que os alunos do PET-SI venceram em 2018 na Embrapa.

Atualmente, o tutor do PET, Sérgio Serra, em parceria com o curso de Agronomia e os alunos do PET, estão trabalhando para desenvolver a versão 2.0 do aplicativo, com mais espécies, fotografias e informações para ampliar a identificação de vegetações da Mata Atlântica.

Parcerias

O ICE tem diversos parceiros que favorecem a integração dos alunos com o meio externo da Universidade. O diretor do Instituto, Robson Mariano, defende que as parcerias são fundamentais para o desenvolvimento de projetos. Em 2023, o Instituto já é parceiro da EPL, que é a maior empresa de produção de embalagem de Seropédica. Existe também a parceria com a ModalEduca, empresa de São Paulo que auxilia o Instituto com trabalhos que envolvem impressão 3D.

Outro parceiro importante para o ICE é a Secretaria de Ciência e Tecnologia do município de Seropédica, que sempre atende as demandas do Instituto quando é solicitado algum tipo de parceria ou implementação de projetos.

O diretor do Instituto também ressalta a importância que a Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica da Universidade Federal  Rural do Rio de Janeiro (Fapur) tem para o contínuo desenvolvimento do Instituto de Ciências Exatas. A instituição é responsável pela gestão de todos os recursos financeiros do ICE. Além dessas organizações, os departamentos que formam o ICE são permeados de parcerias dentro da Universidade. Diversos cursos interagem com os Departamentos de Física, Matemática e Sistemas de Informação, principalmente, para o fomento de projetos voltados para as áreas de ensino, pesquisa e extensão.

Serviços

Instagram do PET física: https://www.instagram.com/pet.fisicaufrrj/

Canal do YouTube do Astronomia de perto: https://www.youtube.com/user/PETFisicaRural

Canal do YouTube do PET Matemática: https://www.youtube.com/@pet-matematicaemeioambient2498/videos

Canal do Youtube do MatemaTICS: https://www.youtube.com/@matematicsufrrj5904/videos

Página do Farma Justa: http://r1.ufrrj.br/farmajusta/

Jogo produzido pelo PET SI sobre nutrição e biologia: https://r1.ufrrj.br/petsi/paveoupacume/

Jogo produzido pelo PET SI sobre biologia:https://r1.ufrrj.br/petsi/desvendandoamitocondria/

Jogo produzido pelo PET SI sobre bôtanica: http://r1.ufrrj.br/petsi/jogofarma/

Novo site do PET SI: https://pet-si.ufrrj.br

Aplicativo Restaura Mata Atlântica: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.embrapa.restaura&pli=1

Canal do YouTube da residência pedagógica de matemática: https://www.youtube.com/@residenciapedagogica1132/videos

Site do REC – Libras: http://www.reclibras.ufrrj.br

Site do OpenSoils: http://www.opensoils.org

Libras TI: http://r1.ufrrj.br/petsi/librasti/

Matéria sobre a pesquisa sobre Bluetooth Low Energy (BLE): https://portal.ufrrj.br/aluna-de-si-ganha-duas-disputadas-bolsas-para-apresentar-trabalho-no-acm-sigmetrics/

Página do ICE: https://institutos.ufrrj.br/ice/

Dupla: Matheus Mendonça e Carolina Domard

Reportagem e fotos de Matheus Mendonça, bolsista da Coordenadoria de Comunicação Social e estudante de Jornalismo da UFRRJ. 

Postado em 04/07/2023 - 10:46 - Atualizado em 22/08/2023 - 10:33

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