Feira da Agricultura Familiar comemora seu terceiro aniversário

Celebrar os bons frutos

 

Por Thaís Melo (Comunicação Proext/UFRRJ)

 

A Feira da Agricultura Familiar (FAF) completou três anos de intensa atividade. Para celebrar, a rua em frente ao Pavilhão Central da UFRRJ se coloriu com frutos, flores e pessoas, reunidos na comemoração realizada na manhã de 18 de setembro. Criado para promover a integração entre a comunidade acadêmica e a agricultura local, o projeto vem crescendo e beneficiando cada vez mais produtores.

Festa teve café da manhã, bolo de aniversário e barracas temáticas

Na feira – que ocorre semanalmente nos câmpus Seropédica, Nova Iguaçu e Três Rios – são vendidos produtos como verduras, legumes, frutas, bolos e doces. Além de alimentos, há plantas ornamentais como cactos e orquídeas, e artesanatos de variados tipos. Tudo isso contribuindo para a saúde da população, para a economia local e para o meio ambiente.

 

No evento de aniversário, foram distribuídas mudas de plantas e adubo Bokashi (feito com matéria orgânica). Também foram divulgados projetos desenvolvidos na Rural por meio de estandes com oficinas e mostras de trabalhos. Além disso, teve café da manhã, bolo de aniversário, barracas temáticas e uma linda apresentação do grupo de extensão Maracatu Baque da Seda.

 

O dia da comemoração foi também o primeiro dia para alguns clientes, como a aposentada Benigna Alvarinha, que conheceu o projeto, convidada por uma amiga frequentadora. “Eu estou gostando muito. Já comprei um quiabinho, pois dizem que legumes orgânicos fazem muito bem para a saúde. Eu pretendo voltar, com certeza. Na próxima quarta, estarei aqui”, disse a moradora de Seropédica.

 

Quem também fez compras pela primeira vez foi a estudante de Serviço Social Elida Teles, que ouviu as recomendações de uma professora e veio conferir. “Eu estou adorando a feira. Nunca tinha provado nada orgânico e estou me interessando bastante por tudo. Já comprei algumas coisas e ainda vou comprar mais”, contou a discente, que está cursando uma disciplina sobre segurança alimentar. “O projeto é muito importante por fazer as pessoas repensarem a sua alimentação, e também pelo incentivo à agricultura familiar que nós devemos valorizar cada vez mais”. Elida Teles também falou que pretende voltar mais vezes.

 

A aposentada Marli Martins, moradora de Seropédica, frequenta a feirinha há mais de um ano. Segundo ela, a feira é maravilhosa por valorizar os produtos frescos: “Eu gosto muito dos orgânicos por serem alimentos saudáveis. Eu venho sempre e como bolo, compro vários produtos orgânicos, levo cocada, mel, azeite…”.

 

Produtores satisfeitos

 

Os alimentos vendidos na feira são frescos e produzidos com dedicação

Mas não são só os fregueses que são afetados positivamente pelo projeto; o maior impacto foi na vida dos agricultores. Os pequenos produtores têm a oportunidade de vender suas mercadorias no câmpus da Universidade e estão satisfeitos com os frutos do projeto.

 

Sônia Fernandes comercializa plantas desde o início da FAF. “Nesses três anos, melhorou muito. As coisas estão evoluindo e tem sido muito bom trabalhar aqui”, contou a feirante. Ela também falou um pouco da sua paixão por seu ofício. Segundo Sônia, lidar com a terra e com as plantas é uma verdadeira terapia: “É uma coisa que me faz bem. Quando estou trabalhando, esqueço de tudo. Eu mexo com a terra e tenho que fazer muitas coisas, tenho que capinar, plantar… Mas é muito divertido. O processo todo é maravilhoso”.

 

A dedicação ao projeto é evidente tanto do lado dos agricultores quanto dos idealizadores, como a professora do Instituto de Agronomia, Anelise Dias, uma das coordenadoras da FAF. A docente explicou que a ação é um projeto derivado do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar na Baixada Fluminense e Centro Sul do Estado do Rio de Janeiro. Ela relatou a trajetória percorrida nesses três anos: “Nosso maior desafio no início era consolidar a feira, e eu acho que isso nós estamos conseguindo. Pois é preciso ter retorno econômico suficiente para os agricultores pagarem o custo de comercialização, estarem aqui todas as semanas. Para isso, dependíamos de um fluxo de clientes”. Atualmente, há presença fixa de 25 feirantes que conseguem obter renda significativa.

 

A professora Anelise Dias também ressaltou o apoio da UFRRJ e da Pró-Reitoria de Extensão (Proext). Ela ainda destacou que o mais importante é a transformação social no qual o projeto está envolvido: “Quando eu vejo que um agricultor conseguiu se formalizar na atividade, se certificou como orgânico e passou a ver perspectivas de fato na atividade (e quer continuar nela), é muito gratificante. Esse é o resultado que eu quero da feira”. Anelise afirma que esse tipo de iniciativa é uma saída segura para a agricultura familiar, que não produz na mesma escala que o agronegócio.

A emoção causada pela feira é tanta que até mesmo aqueles que chegaram recentemente já mostram o orgulho e o carinho que sentem por ela. Como a agricultora Bruna Quintanilha, que começou a trabalhar na feira há pouco tempo. “Vivo em um sítio, o meu pai produz e venho vender. É a terceira vez que venho e estou adorando. Moro na região e é maravilhoso ter essa interação com o público. Em pouco tempo, pude adquirir mais conhecimento, pois vou conversando e aprendendo com as pessoas”, explicou.

 

Bruna Quintanilha comentou sobre a importância do projeto para a inserção dos produtos orgânicos no mercado: “Hoje em dia, tem muito a questão dos agrotóxicos. Então, o produto orgânico acaba sendo uma alternativa mais saudável. E aqui na feira as pessoas têm a oportunidade de saber de onde vem e como foi feito”. A feirante disse também que pretende continuar vendendo seus produtos na Rural.

 

Com o sucesso dos últimos três anos, e com o interesse aumentando cada vez mais, a feira ainda deve completar muitos aniversários.

 

A FAF do câmpus Seropédica é organizada com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro. Participaram do evento de aniversário a FAF de Nova Iguaçu e  FAF de Três Rios, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro,  a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro, a Agribio Defensivos Alternativos, o Colégio Técnico da UFRRJ, o Projeto de extensão Guarda Compartilhada da Flona Mário Xavier e o Projeto Fruta é Saúde!

 

Publicado originalmente no Rural Semanal 09/2019.

 


 

O que são produtos orgânicos?

De acordo com a legislação brasileira, os alimentos orgânicos podem ser processados ou in natura. Eles têm como característica o fato de serem obtidos por meio de um sistema orgânico de produção agropecuária que não seja prejudicial ao ecossistema local. Ou seja, sem o uso de produtos químicos sintéticos que prejudiquem a saúde humana e o meio ambiente como, por exemplo, alguns tipos de fertilizantes e agrotóxicos. Esses alimentos precisam ser certificados por organismos credenciados no Ministério da Agricultura e são vendidos com um selo para que os consumidores possam identificar tais mercadorias de forma simples.

 


 

#VemPraFeira

 

Site: http://institucional.ufrrj.br/agroecologia/

 

Câmpus Seropédica – quartas-feiras, das 8h às 12h

Facebook: http://abre.ai/faf_seropedica

Instagram: @feiraufrrj

 

Câmpus Nova Iguaçu – terças-feiras, das 10h às 15h

Facebook: http://abre.ai/faf_nova_iguacu

Instagram: @fafufrrj_im

 

Câmpus Três Rios – quartas-feiras, a partir das 17h

Facebook: http://abre.ai/faf_tres_rios

Postado em 30/09/2019 - 10:57

Pular para o conteúdo