Apesar dos quase 15 anos da Lei 11.645 de 2008, que impõe a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena” em todas as disciplinas do currículo escolar, esse debate ainda não tomou as proporções necessárias dentro e fora dos livros didáticos. Em um artigo que produzi recentemente e que em breve será publicado pela revista AEDOS, pude fazer um levantamento sobre a presença (ou não) de menções da participação dos indígenas nas revoltas pernambucanas nos livros didáticos de história. Nesse trabalho, pude perceber que apesar das instruções da lei de 2008, só em 20% dos casos os indígenas foram mencionados nas revoltas elencadas, e só em 10% deles houve uma contextualização da atuação desses grupos nos conflitos. Apesar das coletâneas trazerem em outros momentos debates dedicados às questões indígenas – destinando capítulos ou tópicos exclusivamente para pautas como catequese, luta por direitos, tutela e legislação indígena –, essas lacunas são preocupantes, uma vez que subtraem a participação efetiva dos indígenas da história do Brasil e, consequentemente, dos espaços políticos e sociais no passado e presente, interferindo, inclusive, no rumo das legislações voltadas para a garantia e manutenção dos direitos dos povos originários. Dentro dos muros acadêmicos o cenário não é muito diferente. Apesar de nas últimas décadas haver um crescimento nas produções acadêmicas sobre a temática indígena dentro dos programas de pós-graduação, também há uma dificuldade das próprias universidades em acompanhar essas produções, uma vez que são poucos os cursos que propõem em suas ementas uma disciplina específica de história indígena. Dentro do próprio curso de história esse assunto é, muitas vezes, “diluído” dentro de disciplinas como “Brasil I” e “Brasil II”, sendo menos ou nada trabalhado ao longo do restante da graduação. Dessa forma, é crucial que as instituições de ensino promovam meios de suprir essas demandas
PÚBLICO ALVO
Público Interno: Estudantes da graduação do curso de Licenciatura em História.
Público Externo: Professores da rede pública e privada e demais interessados.