O espaço geográfico que produzimos e constituímos a ponto que por ele somos constituídos não pode mais ser entendido como neutro, assexuado e homogêneo. Isso porque essas alegações fazem com que o espaço apresente caráter paradoxal, onde, apesar de fazermos parte dele, sofremos opressões e violências que não legitimam as diferentes formas de existências, tornando esse espaço interdito e excludente para pessoas que não se identificam com os padrões impostos socioculturalmente. Além disso, o corpo é o expoente que nos une e nos distancia o ponto de fazer de cada um de nós seres humanos que são humanamente diferentes. Então, repensar o corpo como elemento de análise espacial por meio do ensino de Geografia é pensar em múltiplas existências e reconhecê-las enquanto legítimas, sem padronizações binárias e reducionistas como as impostas pelo padrão cis-heterossexual branco, machista e patriarcal. Assim, o ensino de Geografia se faz fundamental no processo de entendimento dessa realidade, não cabendo mais à ciência geográfica a omissão de questões relativas aos gêneros e sexualidades que são marcadores de diferenças construídos em nossos corpos por meio da cultura, da história e da produção do espaço. Repensar o corpo pelo ensino de Geografia é, também, proporcionar possibilidades de nos reconhecermos enquanto agentes produtores do espaço por meio dos nossos corpos que grafam esse espaço e que por ele são grafados. Portanto, sendo a universidade uma ferramenta primordial no processo de mobilidade social, promover um curso de extensão para pessoas que estão se formando para exercer a docência e/ou se especializando no campo da Geografia e/ou, ainda, que já exercem a profissão, é de suma relevância para a contribuição de professoras e professores que prezem por processos educativos e de ensino-aprendizagem que não sejam excludentes e opressores. Que preconizem o direito à educação sem exceções e que busquem efetivamente o caráter democrático nas escolas brasileiras.
Interno: Pessoas de 18 a 50 anos, que se identifiquem como LGBTQIA+ ou cisgêneras licenciadas em Geografia e/ou pós-graduandas em Geografia.
Externo: Pessoas de 18 a 50 anos, que se identifiquem como LGBTQIA+ ou cisgêneras. Sendo elas, também, licenciandas e/ou licenciadas em Geografia de qualquer universidade e/ou pós-graduandas em Geografia de quaisquer universidades e/ou professoras de Geografia da Educação Básica das redes pública e/ou privada.