RESUMO: As demandas em prol da inclusão de segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais, culturais, econômicos e políticos têm sido importantes no campo da educação. Desde a implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1997- 1998) e o estabelecimento dos Temas Transversais (1998), as questões em torno de gênero, raça e etnia foram introduzidas também nos currículos oficiais. Um exemplo dessas preocupações é a instituição das leis 10.639/03 e 11.645/08, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas, a fim de combater as discriminações étnico-raciais e de promover o reconhecimento e a valorização da participação dos negros e indígenas na sociedade nacional. Além dessa legislação, em 2008 o projeto de lei do senado n°155, elaborado pelo Senador Tasso Jereissati, que teve como objetivo dar nova redação ao § 4° do art. 26 da Lei n/ 9.394, de 20 de dezembro de 1996, incluindo a obrigatoriedade de se desenvolver o conteúdo relativo aos aspectos históricos regionais e locais no ensino da História do Brasil. Diante dessas obrigatoriedades e da necessidade do reconhecimento e valorização das identidades e memórias de diferentes grupos sociais por parte do corpo discente, o presente curso visa abordar a participação de mulheres na construção de Itaguaí e seu entorno no século XIX. Nesse sentido, um curso voltado para contribuir com o conhecimento sobre a história regional e das mulheres é relevante em dois aspectos principais, primeiro para transformar o conhecimento adquirido em pesquisas acadêmicas de qualidade sobre as mulheres na região em ferramentas de ensino para instruir profissionais da educação. Em segundo lugar, a partir da instrução desses profissionais contribuir para a formação social de estudantes, para que possam interagir mais diretamente com o que é ensinado, como meio de aproximar cada vez mais o aluno da história de sua localidade e da sua vivência. O curso também fornece elementos que possibilitam o desenvolvimento de um pensamento crítico frente à naturalização dos preconceitos instituídos socialmente, a compreensão da amplitude da violência de gênero e como ela pode ser disseminada de diversas formas. Portanto, pretende-se realizar abordagens preocupadas com as experiências de vida e trabalho de mulheres que protagonizam a História de Itaguaí no século XIX, que hoje configura os municípios de Itaguaí, Seropédica e Paracambi, de maneira a destacar os diversos papéis sociais que elas desempenharam e a importância da História Local na formação de sujeitos capazes de participar de modo reflexivo da dinâmica histórica e social de suas comunidades.

PÚBLICO-ALVO
Público Interno: Alunos de graduação em História da UFRRJ, de todos os gêneros e faixa etária.
Público Externo: Professores de história da rede municipal de Seropédica e Itaguaí.