As discussões sobre as Práticas Corporais de Aventura (PCAs) a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018) fez emergir questionamentos sobre a necessidade de revisão dessa terminologia e da sua estruturação pedagógica para serem desenvolvidas nas aulas de Educação Física também para as infâncias. Concebemos o conceito de “Educação pelas Aventuras” para pensarmos nas potencialidades que a constituem como atenuante ao Transtorno do Déficit de Natureza (TDN) (Louv, 2016).
Apresentamos por meio desta pesquisa uma ampliação do conceito das PCAs presente na BNCC. Consideramos pertinente sair de um modelo em que a Aventura se limita a ser apenas mais um conteúdo a ser ensinado pela Educação Física, para uma modelo em que se estimule uma profunda (re)conexão das crianças com a natureza por meio de uma “Educação pelas Aventuras”, tendo nas experiências de contato real ao ar livre, mediadas pelos jogos e brincadeiras e pelo protagonismo infantil, os elementos estruturantes das práticas pedagógicas de forma interdisciplinar.
O interesse por pesquisar sobre a relação das Aventuras com os processos educativos com as infâncias, problematizando a formação docente e os currículos oficiais da educação básica em educação física decorre da vinculação que o Grupo de Pesquisa em Docência na Educação Física (GPDEF) estabelece com as respectivas temáticas imbrincadas neste projeto, quais sejam: as Aventuras, a Formação de professores e à Docência em Educação Física.
O curso possibilita fazer fortalecer o elo entre a universidade com a cidade que está inserida (Seropédica) e circunvizinha (Itaguaí), ampliando as atividades de ensino, pesquisa e extensão, valorizando a formação de professores de educação física em parceria com as redes de ensino. A aproximação entre o ensino superior e a educação básica, materializada pelo estabelecimento de parceria institucional entre a Universidade e as Redes públicas de ensino, é uma demanda que vem sendo destacada pela literatura acadêmica como imprescindível para a qualificação dos processos educativos (Martins, 2015).
Criar momentos de utilização da UFRRJ pela comunidade de Seropédica e de Itaguaí é um valioso mecanismo de integração com a comunidade, seja ela dos adultos professores que atuam na rede pública quanto das crianças residentes nesses municípios. E a UFRRJ tem um campus propício para atividades de Aventuras devido a sua configuração espacial extensa e composta de muitas áreas verdes que podem ser exploradas. Realizar parte das atividades da formação continuada com docentes e crianças da educação básica no campus vai fortalecer os laços da comunidade local com a comunidade acadêmica e favorecer a apropriação dos espaços da universidade pelos atores que, no momento, não frequentam suas instalações.