O Museu de Anatomia Patológica Carlos Tokarnia (MAPCP) é um importante acervo do corredor cultural e histórico da UFRRJ e possui perfil e função didática, social e histórica, pois trata-se da organização pedagógica de um material ímpar, que resgata um conjunto de peças anatômicas acumuladas desde os primórdios da Patologia na UFRRJ. Este acervo representa a história de trabalho de várias gerações de eméritos patologistas da UFRRJ, do Rio de Janeiro e do Brasil. Dentro do contexto de inserção do MAPCT no corredor cultural de acervos já existentes dentro da UFRRJ se estabeleçe um elo entre as coleções e uma maior interação entre as diversas curadorias existentes na UFRRJ, e essa interação permitirá maior divulgação, valorização e visitação do acervo. Apesar de todo o trabalho desenvolvido pelos eméritos patologistas que passaram pelo SAP, e da documentação e armazenamento desse material ao longo de tantos anos de trabalho o MAPCT ainda não está disponível no sentido amplo. Faz-se extremamente necessária uma organização técnica mais adequada desse patrimônio e iniciativas para se coletar novos materiais a fim de criar condições estruturais suficientes para um constante enriquecimento do acervo, e uma maior difusão das informações via site do SAP. A necessidade e a vontade de recuperar inúmeros exemplares que estão em vias de deterioração, modificar o meio de conservação insalubre (formol) para soluções inócuas à saúde e que proporcionem bem-estar aos usuários, preservação de documentos, informações, história e a própria estrutura recém-adquirida para ampliação do Museu indicam e justificam o apoio que a PROEXT está facultando ao MAPCT.
A consolidação desse acervo para a Área de Patologia Veterinária funciona como uma ferramenta de estudo prático de indiscutível valor para a formação dos estudantes de Veterinária e eleva especialmente a qualidade do ensino em nossa universidade. Essa coleção resgata o conhecimento acumulado de mais de 80 anos, por uma equipe de patologistas eméritos, com uma historicidade marcante no campo da Patologia Veterinária. Esse patrimônio nos orgulha e nos deixa numa posição de vanguarda entre as instituições de ensino superior do Brasil. Portanto, trata-se de uma coleção, organizada de forma didático-pedagógica cujo material constitui-se de preciosas relíquias para os estudiosos desta área do conhecimento, que reúne exemplares de patologias de diversas naturezas.
Esse material é usado rotineiramente nas aulas práticas de disciplinas da área de Patologia Veterinária, Parasitologia Veterinária, Plantas Tóxicas e Deficiências Minerais, mas tem potencial de utilização em muitas outras disciplinas de áreas afins. Além disso serve de substrato para o treinamento dos discentes do Programa de Residência em Medicina Veterinária, no campo das suas diversas especialidades.
O MAPCT cumpre seu papel de inclusão social, ao permitir visitas físicas programadas para discentes de Graduação e Pós-Graduação, e de alunos do Ensino Fundamental e Médio, a fim de estimular a curiosidade e o interesse pela pesquisa aos aspirantes e iniciantes da vida acadêmica. Além das visitas escolares, uma outra forma de integração com a sociedade vem sendo desenvolvida pelo MAPCT, através da participação de alunos de graduação e do Programa de Residência em Medicina Veterinária no Evento Saúde Global; neste evento exemplares do acervo do museu ficam expostos na praça Municipal de Seropédica, e é apresentado às escolas da cidade com o intuito de informar e esclarecer a população sobre zoonoses e outras doenças. Já estão inseridos nesse contexto os universitários dos cursos das áreas de saúde e agropecuária da UFRRJ.
O MAPCT em direção à sustentabilidade
Está em curso a recuperação e manutenção generalizada das peças do acervo do MAPCT, que inclui substituição da solução de formaldeído por soluções menos agressivas (solução salina). O formaldeído, além de ser um produto altamente tóxico e reconhecidamente cancerígeno (classificado pela Agência Internacional de Pesquisas em Câncer), ainda somam-se vários fatores negativos à sua utilização, que incluem odor desagradável, escurecimento, aumento de peso e rigidez das peças. Além de todas essas desvantagens, essa solução induz drásticas consequências para o meio ambiente. Os meios mais adequados para substituição do formaldeído trazem maiores relações custo-benefício. As intervenções sobre tais agravos visam anular os riscos e melhorar a segurança sanitária da equipe técnica e da coletividade estudantil no ambiente do museu, pois o uso contínuo do formol pode afetar permanentemente a saúde dos cidadãos. Essa renovação e essas ações permitirão que o acervo caminhe em direção à sustentabilidade, com respeito à saúde dos seus usuários e a um ambiente que propicia conforto e biossegurança laboral.
Postado em 06/01/2021 - 17:58