Histórico


A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), especificamente o conjunto arquitetônico, em estilo neocolonial, do campus de Seropédica começou a ser construído em 1939. O extenso e belo parque paisagístico de autoria do arquiteto paisagista Reynaldo Dierberger foi conjuntamente implantado, agregando aos pavilhões neocoloniais jardins, lagos artificiais, massas arbóreas compostas por espécies nativas, agrupamentos de palmeiras, maciços arbustivos, forração, taludes e canteiros gramados.

Maciço arbustivo com agrupamento de palmeiras ao fundo

A concepção original do projeto de implantação arquitetônica e urbanística preservou-se, o que pode ser constatado no depoimento da época do autor do projeto:

“Exigia-se uma composição paisagística aproveitando-se os elementos naturais tanto quanto possível, a fim de estabelecer-se perfeita harmonia com o conjunto geral das instalações previstas, tanto do lado esquerdo, onde se acham localizadas a Escola e suas seções, como do fronteiro, no qual também estão sendo feitas várias construções pertencentes ao Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas.

A formação do terreno previsto para o parque propriamente dito será se processando, tendo já ficado reservada uma área que se pode calcular em 300 mil metros quadrados. Para isso, foi organizado um cuidadoso projeto, que compreende bosques, aléas, vários agrupamentos de palmeiras e maciços de arbustos florísticos, em que figurem trepadeiras e árvores de grande efeito ornamental. Como sabe, temos numerosas árvores de floração. Cuidar-se-á, é claro, das variedades diferentes e ter-se-á ainda em conta as épocas de sua floração. O porte dessas árvores será também objeto de atenções especiais, a fim de estabelecer-se perfeito equilíbrio na sua distribuição.

Lago do Instituto de Agronomia com reflexos de árvores e construções

Um grande lago já foi aberto, mas outro maior está sendo construído, que darão, sem dúvida muita vida ao parque, tornando-o assim ainda mais gracioso. A sua localização é tal que permitirá que suas águas reflitam algumas construções próximas e maciços de plantas de floração. A distribuição das aléas não foi arbitrária. Ao contrário, exigiu acurado estudo, de forma a realçarem certas vistas, não só das proximidades como das grandes distâncias, permitindo assim inúmeras e belas perspectivas dos diferentes agrupamentos de plantas ornamentais.”

Reynaldo Dierberger, Revista do Serviço Público (1944).

 

Reynaldo Dierberger concretizou outros importantes trabalhos, como o Parque Ibirapuera (SP), Jardins do Palácio da Guanabara (RJ), Praça da Liberdade (MG), entre muitas outras obras.

O Tombamento

Considerando a importância histórica dessa instituição em seus estilos arquitetônico e paisagístico, em 1998, o conjunto arquitetônico-paisagístico foi protegido provisoriamente na esfera administrativa estadual pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), tendo preservadas as suas principais características, tanto paisagísticas quanto arquitetônicas.

O tombamento foi decorrente de um pedido da UFRRJ para o Inepac visando à proteção legal de painéis de azulejos desenhados e pintados do antigo salão de refeições da Escola de Agronomia, concebidos pela artista plástica portuguesa Maria Helena Vieira da Silva, em 1943, obra única no mundo. Ao visitarem o local, os técnicos do Inepac constataram a importância de proteger legalmente não apenas os citados painéis, mas também todo o conjunto arquitetônico-paisagístico em função de sua importância cultural.

http://www.inepac.rj.gov.br/index.php/bens_tombados/detalhar/422

Em 2001, ocorreu o tombamento definitivo da obra de Maria Helena Vieira da Silva como também das áreas como o Pavilhão Central (P1), a sede do Instituto de Química, a sede do Instituto de Biologia, a residência do reitor e as edificações onde atualmente estão instaladas a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Além desses elementos de composição, consta-se o tombamento dos jardins e da paisagem que compões essa arquitetura. Vale ressaltar que a maioria dos jardins tombados são associados de conjuntos arquitetônicos, por isso, conservar os jardins, juntamente com a arquitetura é fundamental, pois ambas se complementam em termos de paisagem e composição paisagística.  O tombamento ainda propôs uma área envoltória à projetada por Dierberger visando sua proteção e integração às futuras expansões (área de tutela).

Referências bibliográficas:

MONTEIRO, Maria Cristina; MATTOS, Regina P. de; BIASE, Tereza de; FERRAZ, Maria das Graças M. dos S. Inventário de bens imóveis. Rio de Janeiro: INEPAC, 1998.

KZURE-CERQUERA, Humberto; MARY, Wellington. Plano diretor participativo: Diagnóstico do Estado de Conservação do Projeto Paisagístico Original do Campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica-RJ, 2010.

CARLOS, Cláudio Antonio Santos Lima.  Entre pastiches e rupturas: novas edificações no campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2014.

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