A 21° Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) abordou o tema “Ciência, saberes e biodiversidade: UFRRJ e sociedade em conexão com os biomas brasileiros”. O evento foi realizado entre os dias 14 a 17 de outubro nos três câmpus da Universidade: Seropédica, Nova Iguaçu e Três Rios. Um dos minicursos oferecidos pelo Jardim Botânico da UFRRJ (JB-UFRRJ) na SNCT foi o “Observação de aves: um caminho para a conservação”.
O minicurso, com duração de 4 horas, foi ministrado na quarta-feira (16) por Gustavo Quintanilha, discente do curso de Ciências Biológicas, e por Karine Resende, aluna de Engenharia Florestal, com o apoio do professor Marcelo Souza, coordenador do Jardim Botânico da Rural. Os alunos atuam como bolsistas no JB-UFRRJ e são co-fundadores do Clube de Observação de Aves da UFRRJ (COA-UFRRJ).
O objetivo do curso era mostrar aos participantes a importância da observação das aves como atividade de lazer e como forma de proteção às espécies ameaçadas de extinção. Durante o minicurso, Karine e Gustavo explicaram a parte teórica e, em seguida, foi realizada a observação de aves no câmpus Seropédica.
Os participantes do minicurso aprenderam sobre as aves, os ambientes que habitam, os perigos existentes para as espécies e sobre os benefícios da observação de aves, ou birdwatching, como lazer ou de forma científica. “É uma prática simples, que deverá ser acessível e popular para todo mundo, não necessariamente precisando de equipamentos”, explica Karine Resende.
A observação pode ser feita da varanda de casa, parques, praças, unidades de conservação, entre outros, com o auxílio de binóculos e câmeras fotográficas. Para ajudar na análise das aves observadas, Karine e Gustavo recomendaram o uso de livros específicos com os nomes e fotos das espécies e a utilização de sites como o WikiAves e o eBird, que possuem dados, imagens e sons das aves.
O uso das plataformas digitais especializadas em aves é considerado uma forma de auxílio para os pesquisadores da área. “A observação de aves contribui para a ciência cidadã e para a ciência em geral. Vários registros importantes são feitos através de observadores. Há dados de ocorrência sendo gerados por muita gente”, informa o discente Gustavo Quintanilha. Um dos exemplos citados durante o minicurso foi o do passáro Aracuã-guarda-faca, redescoberto após o registro de uma observadora.
A observação das aves é uma atividade importante para a preservação das espécies. Como não é uma prática muito conhecida, pesquisadores buscam popularizar a observação. “As pessoas precisam conhecer a biodiversidade da área para poder conservar. O conhecimento é fundamental para a proteção das espécies. A gente protege o que ama e amamos o que a gente conhece”, conclui Gustavo.
Os alunos do minicurso puderam participar de uma “passarinhada”, como é chamada a observação das aves. Os locais visitados foram o Jardim Botânico, o Lago do Instituto de Agronomia (IA) e o Lago do Instituto de Ciências Sociais e da Saúde (ICBS). Durante a caminhada, foram observadas, com a ajuda de binóculos, 32 espécies, entre elas: tucanuçu, um grande tucano; bem-te-vi, suiriri, galinha d’água, rolinha-roxa, alma-de-gato e um beija-flor-tesoura.
A graduanda do 3° período do curso de Ciências Biológicas, Laís Gate, compartilhou a experiência que teve durante o minicurso. “É incrível. É muito bom participar de minicursos assim. É bom sair para observar os pássaros e é importante a divulgação para a gente participar”, diz a estudante.
Para a observação de aves, é necessário que os interessados saibam sobre o código de ética dos observadores. É importante que as pessoas fiquem longe dos ninhos, respeitem o bem-estar das aves, mantenham os bebedouros e fontes de alimentos limpos e respeitem as leis.
Texto e Fotos: Amanda de Sousa Farias – estagiária de Jornalismo
Supervisão: Alessandra de Carvalho – professora do curso de Jornalismo/UFRRJ
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