Ciência ao ar livre na Feira de divulgação do Proverde

Como parte da programação especial da Semana do Meio Ambiente 2023, o Jardim Botânico da UFRRJ organizou uma feira de divulgação científica, que aconteceu na terça-feira (06). Os apresentadores dos projetos são bolsistas do Programa de Iniciação Científica do Jardim Botânico (Proverde), que realizaram um exercício de extensão universitária. Ao longo do dia, a mostra recebeu a comunidade ruralina, moradores de Seropédica, estudantes de escolas locais e de fora do estado.

Os projetos do Proverde na Feira

Durante a feira, os visitantes puderam conhecer um pouco mais sobre os diversos estudos realizados no Jardim Botânico e interagiram com os pesquisadores. Dentre elas, Luana Barbosa, estudante de Ciências Biológicas, que preparou uma apresentação sobre plantas do grupo das briófitas encontradas na área da UFRRJ, com apoio de folhetos e amostras em um terrário observado pelos visitantes com a ajuda de lupas e um microscópio.

Na mesma sala também aconteceu a palestra interativa sobre fungos, onde os visitantes ficaram sabendo dos benefícios e também sobre os enganos que as pessoas têm sobre eles. A conversa foi organizada pela estudante de Engenharia Agrícola e Ambiental, Ingryd Cardoso, que dialogou com o público, esclarecendo dúvidas e curiosidades. Além de se informar e descobrir um pouco mais sobre fungos, os estudantes visualizaram amostras no microscópio.

Na área externa, precisamente no jardim, foi possível acompanhar a apresentação sobre bromélias, sua importância e como formam microhabitats. O graduando em Biologia José Arthur de Almeida levou folhetos explicativos e uma bromélia artificial reproduzindo a relação possível com insetos e sementes para mostrar ao público como as plantas podem atrair diversos animais para as suas folhas e, dessa forma, estimular a cadeia alimentar.

O próximo destino do caminhante na feira era a apresentação sobre epífitas. Guilherme Reni, do curso de Ciências Biológicas, usou um banner com explicações detalhadas e amostras de epífitas para contar aos alunos os mitos por trás dessas plantas, o porquê delas serem confundidas com parasitas, mas também falou da importância da preservação dessas espécies para o ecossistema.

Em outro estande, a estudante de Geografia Gabriele Rodrigues usava mapas para explicar a pesquisa que analisa as alterações dos pontos de calor na área do Jardim Botânico ao longo dos anos, nas diferentes estações, e quais seriam locais de temperatura mais quente ou mais amenas dentro do JB. 

Mapas também fazem parte do estudo de Yasmin Pinheiro, do curso de Geografia, que mostrou ao público sua pesquisa para elaborar um mapa tátil da paisagem do Jardim Botânico da UFRRJ. Yasmin explicou como é feita a elaboração de um mapa como esse e destacou a importância do projeto.  O mapa dá acessibilidade às informações a pessoas com pouca visão e também para aquelas que são cegas.

Na feira não poderia faltar um estudo sobre as espécies nativas da Mata Atlântica. O bolsista William Moreira, do curso de Engenharia Florestal, explicava ao público a respeito do nível de vulnerabilidade dessas plantas e falou sobre a importância da preservação do bioma. Ele levou amostras para apresentar aos visitantes e facilitar a a visualização das plantas que fazem parte da sua pesquisa de iniciação científica.

Os visitantes tiveram também a oportunidade de conhecer um círculo ecológico do Jardim Botânico. A estudante de Geografia Jennifer Figueiredo mostrou imagens comparativas do antes e depois da área selecionada para a realização do estudo. Os visitantes aprenderam o que é a sucessão ecológica, como funciona o experimento do círculo e a importância do estudo, tanto para ajudar a recuperar áreas ecológicas, quanto para proteger espécies em extinção.

A visita à área de cultivo de plantas medicinais também era outra possibilidade da feira. Lá, os estudantes descobriram um pouco mais sobre a singularidade de cada espécie, além da importância e das formas de uso de algumas plantas. A bolsista Inara Gomes, do curso de Farmácia, mostrou para eles o interior de uma folha de babosa. Ela também deixou que eles segurassem a amostra para observar de perto e explicou as características medicinais da aloe vera

Além das plantas medicinais, a feira do Proverde também apresentou um trabalho sobre plantas alimentícias não convencionais, as PANCs. O palestrante Caio César Costa, estudante de Agronomia, expôs diversas amostras e exemplificou como é o processo de preparo das PANCs para ser consumidas com segurança. Ele ressaltou a importância no limite do consumo dessas plantas. O público acompanhou o bolsista a outros pontos do Jardim Botânico para ver as PANCs na natureza.

Para falar sobre compostagem, como funciona e que tipo de microorganismos estão envolvidos no processo, o estudante de Agronomia Guilherme Oliveira explicou sobre a transformação da matéria orgânica encontrada no lixo em adubo natural, podendo substituir o uso de produtos químicos. Ele explicou ainda como está pesquisando esse tema no Jardim Botânico e como a compostagem contribui para a redução dos efeitos do aquecimento global.

Uma das apresentações mais concorridas foi a dos agentes polinizadores. Além de aprender um pouco mais sobre esses animais e as suas funções na natureza, o palestrante Rodney Pereira, estudante de Engenharia Florestal, compartilhou com o público informações sobre as abelhas indígenas, que são nativas do Brasil e estão em risco de extinção. Ao final da apresentação, havia um jogo que simulava o trabalho das abelhas operárias, com a formação de dois grupos que saíram pelo Jardim Botânico à procura de caixas em formato de flores com pólen, que na verdade era farinha de trigo e talco. O time ganhador era o que primeiro garantisse que todos do grupo tivessem o pólen ou, nesse caso, sujassem as mãos de farinha e talco.

A visita ao bosque das mirtáceas do Jardim Botânico era outra alternativa de passeio científico. A estudante Maria Carolina Fernandes, a responsável pela trilha, contou ao público os detalhes da história da criação do pomar em homenagem à botânica Graziela Maciel Barroso e mostrou a eles os vários exemplos de plantas da família Myrtaceae presentes naquela área do JB. Na primeira visita do dia, durante a parte da manhã, os alunos tiveram a oportunidade de colaborar com o plantio de uma muda no pomar recém-inaugurado.

O dia intenso de atividades começou a ser preparado algumas semanas antes na Oficina de Divulgação Científica organizada pela bolsista do Proverde, a estudante de Psicologia Carolina Veras, com a colaboração da estudante de Jornalismo Thaís Oliveira, orientadas pela professora Alessandra de Carvalho, do curso de Jornalismo da UFRRJ. A oficina foi oferecida aos demais bolsistas do Proverde, durante o mês de maio, com o objetivo mostrar o valor das técnicas de divulgação científica: a pesquisa vai alcançar um público maior graças à linguagem usada e, como consequência disso, mais pessoas poderão entender o porquê daquele estudo e da importância do investimento na ciência. Além disso, o diálogo com pesquisadores pode inspirar os estudantes a virem para a Universidade.

A organização da Semana do Meio Ambiente foi realizada pela Coordenação do Jardim Botânico e pela equipe de apoio que envolve técnicos, voluntários, estagiários e terceirizados. 

Texto: Thaís Oliveira – estudante de Jornalismo

Imagens: Lara Almeida e Thaís Oliveira – estudantes de Jornalismo

Supervisão: Alessandra de Carvalho – docente do curso de Jornalismo

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