Bolsista do Proverde cria material didático sobre bromélias

José Arthur apresenta a pesquisa em frente ao bromeliário do JB

O estudante de Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), José Arthur Carvalho, está no segundo ano de pesquisa sobre a família das bromélias (Bromeliaceae). Com foco em espécies cultivadas no Jardim Botânico da UFRRJ (JB-UFRRJ), o projeto busca  elaborar uma nova forma de identificação das espécies com objetivo de contribuir para a conservação da linhagem. O trabalho é orientado pela professora Helena Regina Pinto Lima e pelo professor Luiz Ricardo dos Santos Tozin, do Departamento de Botânica (ICBS), e é apoiado pelo Programa Interno de Bolsas de Iniciação Científica do Jardim Botânico da UFRRJ (Proverde). 

A pesquisa  “Anatotaxonomia de espécies da família Bromeliaceae cultivadas no Jardim Botânico da UFRRJ” nasceu da dificuldade em identificar espécies de bromélias, geralmente realizada por meio dos órgãos reprodutivos, como flores e frutos. Durante grande parte do ano, essas plantas só apresentam as partes vegetativas, como raízes, caules e folhas. Em vista disso, a proposta é desenvolver uma nova maneira de identificá-las, agora utilizando características morfológicas e anatômicas das folhas para contribuir na conservação da espécie fora de seu habitat natural. 

Explorando as interações ecológicas e os potenciais usos das bromélias, o estudo sobre a família Bromeliaceae vai muito além de uma análise de estrutura e forma das folhas. José Arthur também fez uma coleta de amostras bem desenvolvidas para testar substâncias importantes presentes em cada tipo de bromélia. “Na nossa pesquisa, coletamos folhas que estavam bem desenvolvidas, nem muito novas nem muito velhas. Usamos essas folhas frescas para realizar testes que nos ajudam a identificar substâncias importantes que estão presentes nessas espécies, como gotas de óleo, que podem repelir insetos, e grãos de amido, que servem como reserva de energia. Assim, adicionamos características únicas na identificação das bromélias.” conta o bolsista. 

Demonstração de uma espécie de bromélia

Além disso, para uma investigação mais aprofundada da espécie, o bolsista destaca a importância da análise atenta das folhas e a colaboração com o Jardim Botânico da UFRRJ. “Examinamos a estrutura das folhas, focando em partes específicas, como o meio e a base. Descrevemos a forma das folhas e, sempre que possível, coletamos flores para identificar a espécie de forma mais precisa Aliado a isso, temos o Jardim Botânico da UFRRJ, que é essencial para o desenvolvimento da nossa pesquisa, possui uma coleção de bromélias e atua como um espaço importante para a conservação dessa família de plantas.” afirma José Arthur. 

O estudo busca aprofundar o conhecimento sobre a diversidade da família Bromeliaceae e identificá-las de maneira cada vez mais precisa. O projeto já criou uma chave de identificação para algumas plantas cultivadas no JB-UFRRJ, juntando as características das folhas e flores que são estudadas na pesquisa e com as informações de outros especialistas. 
Para além da pesquisa, tornar o conhecimento produzido no Jardim da Universidade mais acessível e popular é uma parte importante do trabalho feito pelos bolsistas do Proverde. Com intuito de compartilhar conhecimentos sobre a pesquisa de forma leve e descontraída, José Arthur, junto aos seus orientadores, desenvolveu um material didático sobre os pequenos animais que vivem dentro das bromélias e apresentou durante a Feira do Meio Ambiente, promovida pelo JB-UFRRJ, em junho deste ano.  “O Jardim Botânico também é um espaço de educação. Criamos um jogo de tabuleiro que ensina sobre a família das bromélias e seus habitantes, além de uma série de vídeos que compartilhamos no Instagram do Jardim Botânico.” explica o aluno de biologia.

José Arthur apresenta jogo educativo durante a Feira do Meio Ambiente 2024

A pesquisa em questão não apenas contribui para o avanço do conhecimento sobre as bromélias, mas também reforça o papel essencial dos jardins botânicos na preservação da biodiversidade. 

Imagens: Lara Trindade e Manuella Giménez

Texto: Nathália Torres, estagiária de jornalismo, sob a supervisão da professora Alessandra de Carvalho, professora do curso de Jornalismo (UFRRJ). 

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