Jovens da Baixada Fluminense discutem sustentabilidade no I Fórum de Juventude e Sustentabilidade da região

Em um dia típico de primavera, o Jardim Botânico da UFRRJ foi palco do I Fórum de Juventude e Sustentabilidade da Baixada Fluminense, realizado no dia 31 de outubro de 2024. Organizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Seropédica, o evento reuniu cerca de 150 participantes para debater temas essenciais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a gestão da água potável e saneamento, a preservação da vida terrestre e a elaboração de uma carta com propostas para a região.

Flávia Conrado, então secretária municipal de Meio Ambiente de Seropédica, destacou o propósito de sediar o I Fórum da região. “Hoje, estamos com 150 jovens aqui, abordando temas que têm um grande impacto para a população da região metropolitana do Rio de Janeiro, como o acesso à água limpa, saneamento e preservação da vida terrestre. A discussão desses temas, com um olhar voltado para a Baixada Fluminense, nos proporciona uma reflexão importante sobre como melhorar a qualidade de vida na região, além de estimular os jovens a pensarem em soluções criativas e, quem sabe, futuramente, transformar essas ideias em políticas públicas. O objetivo é envolver os jovens na conversa, para que possam expressar suas opiniões e contribuir com suas perspectivas sobre esses assuntos”, disse.

O professor do Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR), Rafael Albieri, se sentiu na obrigação de trazer seus alunos dos cursos de Meio Ambiente e Agroecologia para contribuir com o evento. O professor destacou a importância de ampliar a visão dos estudantes sobre questões ambientais, como uma forma de ajudá-los a refletir sobre o tema. Sobre a participação da Baixada Fluminense, mencionou que a região está inserida nesse contexto e ressaltou a relevância da atuação de setores como o CTUR na construção de propostas para a preservação do meio ambiente. Rafael também comentou sobre o trabalho realizado com os alunos, envolvendo-os em atividades como discussões sobre lixo e resíduos sólidos, além de visitas à Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) para entender o processo de abastecimento de água. Ele enfatizou que os alunos do colégio, sendo da Baixada Fluminense, estavam bem preparados para contribuir com o evento, trazendo uma visão mais próxima da realidade local.

O participante do Fórum e diretor do jornal comunitário Conexão Magé, Kleyton Rodrigues, compartilhou suas impressões sobre o Fórum, destacando que, apesar de achar as palestras interessantes, sentiu falta de um enfoque nas questões ambientais e sociais da juventude periférica. Ele criticou a ausência de políticas públicas eficazes para as comunidades periféricas e a falta de ações concretas para melhorar suas condições. Kleyton sugeriu que o evento deveria abordar como a sustentabilidade poderia transformar essas comunidades e lamentou a falta de representatividade das vozes periféricas, considerando o evento elitista.

Carta proposta

A elaboração da carta proposta foi organizada em grupos, garantindo diversidade geográfica com representantes de diferentes municípios. Cada grupo contou com facilitadores, responsáveis por orientar as discussões e registrar, de forma clara e objetiva, as respostas dos participantes. As anotações feitas foram armazenadas e documentadas para garantir que as ideias da juventude fossem mantidas com fidelidade e pudessem embasar a criação posterior da carta. O processo se iniciou com o direcionamento dos jovens aos seus respectivos grupos, seguido por uma breve apresentação entre os integrantes. Em seguida, os grupos discutiram três questões-chave: os problemas ambientais percebidos na Baixada Fluminense, as soluções e ideias que gostariam de ver implementadas em seus municípios, e como a juventude pode contribuir com ações práticas para a implementação dessas propostas. As respostas e conclusões foram sintetizadas em cartolinas, utilizando textos, frases e desenhos. Por fim, cada grupo teve a oportunidade de apresentar verbalmente suas sugestões para a carta.

“Este trabalho é fundamental porque buscamos envolver, incluir e empoderar a juventude do Estado do Rio de Janeiro”, afirmou o representante do governo estadual durante o Fórum da Juventude pela Sustentabilidade da Baixada Fluminense, Ricardo Calçado. “É uma honra estar aqui com a juventude da Baixada, de diversos municípios, para discutir questões tão relevantes para a região.”

Ricardo explicou que o evento visa organizar os jovens em grupos para discutir e elaborar propostas sobre os principais desafios da Baixada Fluminense, além de buscar soluções e definir os próximos passos para o engajamento. “Vamos dividir os jovens em dez grupos, com perguntas simples que abordam as problemáticas, as soluções e o engajamento. Temos a mentalidade de unir a população com a nossa equipe para fazer a diferença, e ninguém melhor do que as lideranças jovens para liderar esse processo”, detalhou. O objetivo era criar uma carta com as propostas da juventude, a ser entregue no III Fórum da Juventude Rio 2030, que ocorreu no dia 12 de novembro.

As cartas, que abrangem temas como arte e cultura, ciência e tecnologia, esporte, economia circular e clima, serão entregues a lideranças e governantes, com o intuito de apresentar as demandas da juventude e gerar políticas públicas voltadas para esses temas.

Texto: Jonathan Monteiro, estagiário de Jornalismo.

Fotos: Jonathan Monteiro

Supervisão: Alessandra de Carvalho, professora de Jornalismo.