Projeto do Proverde estuda o uso de psicofármacos associados a psicologia ambiental por idosos em Instituições de Longa Permanência
Com o avanço da idade, o uso de medicamentos é crucial para manter a saúde dos idosos. Para lidar com as questões que surgem nessa etapa, como as limitações física, problemas psicológicos e abandono familiar, algumas pessoas de idade avançada fazem o uso de psicofármacos benzodiazepínicos (BZD), uma classe de medicamentos que atuam no sistema nervoso e tratam transtornos como ansiedade e insônia.
Em busca de compreender o consumo dos fármacos por pessoas mais velhas que vivem em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e a relação deles com a natureza, a estudante de Farmácia e bolsista do Proverde, Lohaynne Ferreira, atua no projeto de pesquisa sobre os residentes das instituições localizadas nos municípios de Seropédica e Nova Iguaçu, com a orientação da docente Jaqueline Rocha B. dos Santos, do Departamento de Ciências Farmacêuticas (ICBS/UFRRJ).
Para a análise prática desse estudo, foram realizadas atividades no Jardim Botânico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (JB-UFRRJ). “A pesquisa permite, ao final, obter resultados e entregá-los para as instituições avaliarem o que podem fazer diferente para contribuir com a saúde e bem-estar dos idosos institucionalizados”, explica Lohaynne.
A realização da pesquisa
Para avaliar os idosos participantes da pesquisa, foram realizadas, inicialmente, visitas às Instituições que os abrigavam. As idas às ILPIs tinham como objetivo entender a rotina de cada pessoa e reconhecer as capacidades cognitivas. Era realizada uma explicação do projeto aos idosos que decidiam, de maneira voluntária, se iriam participar do questionário feito pelos pesquisadores.
Os questionários aplicados apresentavam questões sociodemográficas, autorrelato de dependência de benzodiazepínicos, caracterização do padrão de uso de medicamentos para dormir, definição do índice de gravidade da insônia e identificação da idade traço. Algumas das respostas mostram que 60% dos entrevistados sentiam-se tristes com a falta de visitas e 57% revelaram que têm dificuldades para dormir e ficam cansados e apresentam irritabilidade durante o dia. “Como conclusão, pode-se perceber uma dificuldade com sono dos idosos. Isso pode ser em relação ao efeito de dependência e tolerância dos BZP, por eles usarem durante um tempo longo”, diz a estudante.
Alegria no Jardim
Na parte prática da pesquisa, os idosos visitaram o Jardim Botânico da Universidade e puderam ter contato com a natureza e com outras pessoas no local. No passeio realizado em maio deste ano, os idosos demonstraram felicidade e animação durante a atividade. Lohaynne revela que, no final, os participantes desenharam carinhas felizes para representar a emoção do dia.
O estudo mostrou que a falta do convívio diário com familiares é um dos motivos que causa tristeza nos idosos entrevistados e que o uso diário e a longo prazo dos benzodiazepínicos (BZD) pode reduzir a eficácia dos psicofármacos. “É necessário reavaliar os medicamentos utilizados para gerar maior bem-estar e realizar mais passeios para ambientes em contato com a natureza, como o Jardim Botânico da UFRRJ”, explica Lohaynne.
O projeto de estudo sobre o uso de fármacos benzodiazepínicos e relação com a psicologia ambiental em idosos institucionalizados foi finalizado no mês de outubro. Um resumo da pesquisa foi publicado em um livro no Congresso de Farmacoterapia e Farmácia Clínica e os pesquisadores estão escrevendo um artigo com os resultados para compartilhar com a população e expandir o assunto.
Texto: Amanda de Sousa Farias – estagiária de Jornalismo
Fotos: Arquivo pessoal/Lohaynne Ferreira
Supervisão: Alessandra de Carvalho – professora do curso de Jornalismo/UFRRJ
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